Em continuação à nossa serie inicial de informativos sobre as perspectivas para o ano de 2024, recentemente o New York Times publicou um artigo sobre a situação das startups, sucintamente nos termos que seguem. 

Várias startups de tecnologia, após enfrentarem dificuldades financeiras e cortarem custos para evitar o colapso nos últimos anos, estão agora à beira da falência. Empresas como WeWork, que arrecadaram grandes somas em financiamento, entraram com pedidos de falência ou encerraram operações recentemente. A falta de interesse dos investidores em promessas e a seletividade dos fundos de capital de risco contribuem para uma crise no setor. Ainda que o setor de inteligência artificial tenha experimentado crescimento, dados indicam que mais de 3.200 startups nos EUA fecharam este ano, levantando preocupações sobre a sustentabilidade do ecossistema. O aumento maciço nos investimentos de 2012 a 2022, impulsionado por baixas taxas de juros, não se traduziu em lucros para muitas startups, que exploraram modelos de negócios não testados. Algumas empresas optam por fechar e devolver o dinheiro aos investidores, enquanto outras ficam presas em um estado “zumbi”, sobrevivendo, mas incapazes de crescer. 

Contudo, temos a intenção de mostrar que o cenário para as startups em 2024 apresenta-se como um terreno fértil de oportunidades, embora ainda permeado por desafios significativos. Após atravessar um período de ajustes e reavaliações, o mercado de startups se prepara para uma fase de renovação e crescimento sustentável, impulsionada por uma conjuntura econômica mais favorável e pelo avanço contínuo da tecnologia, especialmente em áreas como a Inteligência Artificial (IA). 

A indústria de tecnologia, apesar de ter enfrentado turbulências significativas recentemente, mostra sinais de recuperação e adaptação. A tendência observada é que muitas startups, após superarem desafios financeiros e estruturais, estão emergindo mais resilientes e adaptáveis. O aprendizado obtido a partir de experiências passadas tem se mostrado fundamental para a construção de um ecossistema de startups mais robusto e preparado para enfrentar os desafios futuros. 

Além disso, observa-se uma evolução nos padrões de investimento. Os fundos de venture capital, por exemplo, parecem estar se ajustando a um “novo normal”, com foco em investimentos de longo prazo e em startups em estágios iniciais. Este movimento sugere um mercado mais seletivo, onde a qualidade e a viabilidade das startups ganham mais relevância do que o volume de investimento. Interessante notar também a diversificação dos setores que estão ganhando atenção. Além das fintechs, tradicionalmente fortes no Brasil, setores como agro, energia e saúde prometem ser os novos focos de investimento, impulsionados pela digitalização e pela aplicação da IA. 

Para se destacar neste ambiente, as startups precisarão demonstrar não apenas inovação e viabilidade técnica, mas também uma forte capacidade de execução e um planejamento estratégico claro. A resiliência e a capacidade de adaptação serão características essenciais para navegar neste cenário dinâmico. 

Isso nos faz lembrar da série sobre planejamento sucessório, que exploramos em alguns posts de 2023. Ou seja, não basta ter a segurança de que a entrada, e os louros, estarão garantidos, mas sim e principalmente no caso de o “casamento” (que pode envolver o empreendedor, investidor, mercado) não der certo. 

Em resumo, 2024 reserva para as startups um horizonte de possibilidades desafiadoras, mas também extremamente promissoras. A combinação de uma comunidade de tecnologia solidária, um cenário econômico em recuperação, e o avanço contínuo em áreas como a IA, posicionam a indústria de startups para um futuro de inovação e sucesso. 

Em nosso próximo e último post desta série traremos uma versão desta análise sobre a startups em inglês, focando no viés internacional, não perca!  

Por:

Luis Andrade – Advogado 

Caio Oliveira – Estagiário